ADUR-RJ rejeita indicativo de greve nacional


 por Maiara Santos e Luana Moraes
Na última quinta-feira, 5, foi realizada, no quiosque da ADUR (Associação dos Docentes da UFRRJ), uma assembleia convocada pela diretoria da Associação para decidir o indicativo de uma greve. Estavam presentes cerca de 40 professores de diversas áreas que, juntamente com os representantes da ADUR-RJ (também docentes da Universidade), debateram sobre o indicativo de greve nacional e qual seria o posicionamento da base a partir da decisão tomada naquele momento. Questões como a inexistência de condições locais e nacionais para deflagração de uma greve no atual contexto, a falta de coesão entre a categoria e o número reduzido de institutos e universidades favoráveis à greve foram alguns dos pontos levantados durante quase duas horas.
O professor de Ciências Sociais, Andrey Cordeiro, destacou a falta de disposição da categoria como um todo para impulsionar a greve. Ao considerar falha a estratégia de alavancar esse projeto sem unicidade dentro do próprio corpo docente, Andrey mostrou-se contrário ao indicativo de greve geral. Disse ainda que, mesmo sem greve, a luta tem que continuar, como vem ocorrendo desde então com outras lutas internas na própria Rural e intervenções de solidariedade a outros movimentos – o sindicato apoiou a greve dos garis, participando dos atos; apoiou os desalojados da TELERJ, entre outros.
Foto: Facebook Adur Combativa

 Por acreditar que são necessárias ações efetivas, ações de massa, Cordeiro apontou junho como um mês estratégico para as mobilizações, já que a realização da Copa do Mundo nesse período explicitará ainda mais as várias contradições existentes no cenário brasileiro. Dessa forma, o professor de Ciências Sociais afirmou que os docentes devem estar em estado permanente de mobilização, participando massivamente dos atos que atinjam tanto as circunstâncias locais quanto nacionais.

Assim como Andrey, o professor de direito e também presidente da ADUR, Alexandre Pinto Mendes, pontuou a falta de mobilização dos docentes para a deflagração de uma greve e fez uma ressalva da condição nula -nesse momento- da Rural apoiar a greve geral dos professores. Além disso, ressaltou a importância da atuação e integração dos professores junto ao comitê de mobilização para promover gestões de participação ativa nos assuntos da ADUR.
O professor de sociologia, Marco Antônio Perruso, foi um dos presentes que também pediu a fala. Destacou o cansaço gerado pela última greve de 2012 como uma das dificuldades (ainda não superada) para que houvesse uma nova mobilização efetiva. Diante desse quadro, mostrou-se também contrário à adesão a uma greve geral. Disse ainda que é preciso promover um ato de mobilização dentro da Rural ligado ao panorama social brasileiro.
 
Após o debate, houve votação e, unanimemente, os presentes optaram e deliberaram pela rejeição do indicativo da greve nacional. Firmou-se, assim, no final da assembleia, que a não adesão à greve não significará estagnação da luta, ao contrário, ela permanecerá dentro e fora da Universidade, em conjunto com outras entidades, sindicatos e movimentos sociais.

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